À vocês, filhas, dedico meu coração e minha vida. Pois me fizeram compreender o mais nobre e mágico dos amores.
Dedico esse cantinho à vocês, para que saibam quanta alegria nos proporcionaram e o quanto são amadas por todos nós...
Espero um dia realizar meu sonho, de ler e rir de tudo o que aqui estiver registrado, com vocês duas ao meu lado...

Com o maior dos amores,
Mamãe.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Relato do Parto: A chegada da Duda - 02/03/2011

Duda assim que nasceu, indo para o berçário

Era pra ser cesárea. Mas foi parto normal!!!

Antes de começar, quero lembrar que desde o momento em que pensei em engravidar, tinha em minha cabeça o desejo por uma cesariana. Por vários motivos (família, minha profissão, relatos de amigas) e claro, por eu achar um parto menos “traumático” e mais tranqüilo para a mulher. E assim foi minha gravidez: tranqüila, sem enjôos, sem intercorrências, nem parecia que eu estava grávida! Dirigi o carro até 3 dias antes do parto e meu marido me levou de moto às consultas até 38 semanas. Uma maravilha!!!

Chegamos ao dia da última consulta do pré-natal, minha médica já ciente do meu desejo pela cesárea desde a 1º consulta e eu, ansiosa. Isso foi dia 01/03, às 8hs da manhã.  Fui sozinha (de ônibus) pois o Silvio estava 
trabalhando e eu não queria arriscar em pegar o carro, afinal, eu já estava com 39 semanas e 2 dias.

Na consulta, a Dra. Faz os procedimentos de rotina. Tudo normal. E vamos ao exame de toque e à surpresa: eu estava com 4cm de dilatação! Já estava com 2cm desde 35 semanas, mas esse avanço pra 4cm deixou a minha médica toda animada e, nesse momento, descolou minha bolsa.
Ela me diz que eu estou dilatando rápido e sem dor, e me diz que até pode induzir o parto normal... eu dou risada, digo que NÃO, e ela também ri. Então me orienta a ir ao hospital no dia seguinte (dia 02/03) às 8hs da manhã, que ela me internaria e faria meu parto.

Tudo estava certo. Em menos de 24hs teria minha filha nos braços! Saí do consultório sangrando um pouco e fui pra casa descansar. Tinha que ficar quieta pelo resto do dia porque minha bolsa tinha sido descolada. Fiquei um pouco alerta, mas ainda sim, tranqüila.

Terminei de arrumar as malas e já as coloquei no sofá. O Silvio e eu estávamos curtindo muito nosso “último dia de barriga” e nos despedindo da vida a dois. Agora seríamos três!

À noite, exatamente às 20:35h, sinto uma dor estranha. Espaçada mas, forte. Brinco com o Silvio e digo: “Será que é uma contração? A Duda tem que agüentar até amanhã.”. E fomos dormir. Eu me sentindo incomodada, como se estivesse com dor de barriga. Achei que fosse a ansiedade pelo nascimento da minha filha.

Acordei às 23:40h, suando, sem conseguir mais ficar na cama. Começei a contar o tempo que as dores demoravam pra voltar, mas elas não eram ritmadas. E quando elas iam embora eu tentava dormir. Mas, a essa altura eu já não conseguia mais agüentar na cama. Levantei e fui arrumar meu cabelo (risos), tentando me distrair e me preparando pra, caso continuasse, ir para o hospital.

O Silvio acordou assustado ao me ver no banheiro, e já levantou também. Começamos a tentar cronometrar as dores e foi ficando mais forte. Algumas vinham mais fracas, já outras, eu deitava na cama, encolhida, e pedia pra ele me abraçar. Decidi ir pro hospital, isso já passava da meia-noite, e imaginei que o máximo que poderia acontecer era eu ficar internada aguardando minha médica às 8h da manhã... doce ilusão!...

No caminho, vomitei 2 vezes quando vinha as contrações mais fortes. Eu me segurava no banco e tentava passar minha dor pra ele. Naquela hora descobri a força das minhas mãos! Risos

Chegando no hospital, ao passar com uma médica plantonista, e contar o ocorrido, ela vai logo fazendo o exame de toque. E adivinha! 7cm de dilatação, com direito a me dizer que minha filha é bem cabeluda e já estava quase nascendo! Risos

Começo a chorar. Como assim?! Minha cesárea estava agendada pras 8hs da manhã e minha filha irá nascer de madrugada?! Minha cabeça na hora foi parar em outro mundo e eu só sabia chorar e pedir que a médica fizesse a cesárea... mas não adiantou. Ela me dizia: “Jenifer, você já fez quase tudo sozinha, já está quase ganhando... eu NÃO posso fazer a cesárea e nem a sua médica vai querer fazer ao saber que você está com 7 de dilatação...”

Saí do consultório e fui avisar o meu marido. Chorei, chorei, sentia meu corpo explodir de calor e pedia ajuda. Queria ir embora do hospital. Logo a auxiliar de enfermagem (um anjo!) apareceu na porta e disse que veio me buscar. Me mandou deixar brincos, aliança e corrente com o Silvio e me levou pra dentro do Centro Obstétrico... não sei como, mas a acompanhei.

Fiquei no pré-parto por uns 30 min, fazendo o controle do coração da Duda através do cardiotoco e as contrações cada vez mais freqüentes. Eu já nem cronometrava nada. Duas médicas e a auxiliar conversando e me encorajando e eu só chorando. A médica que me atendeu na consulta, segura minha mão e diz: “Você confia em Deus? O que você mais quer é que sua filha venha com saúde, não é? Então, fica tranqüila, eu estou aqui com você e não vou te deixar até que a Maria Eduarda nasça. EU vou fazer seu parto. Não vai doer. Eu vou te dar anestesia e a dor vai passar. Confia em Deus. Confia em mim.”

E nesse momento, fui me acalmando, passando mil coisas na minha cabeça, mas eu só desejava que tudo aquilo acabasse. Que a dor passasse.

Uns 40min depois, ela fez o toque novamente. Quase 8cm dilatados. Ela me orienta a ir para o chuveiro tomar um banho quente e assim eu o fiz. Fiquei lá por 1h, sentada em uma cadeira com água quente caindo na minha barriga. Quando as contrações vinham eu não agüentava, mas quando ela passava, era uma delícia estar na água quente. A médica ficou um bom tempo agachada no banheiro, ao meu lado, conversando comigo, tentando me distrair, e falando coisas muito positivas, que iria ficar tudo bem... Enquanto isso, eu ouvia ela solicitando minha internação, pede para o anestesista se preparar e pede para orientarem meu marido a se trocar, já que ele iria assistir ao parto.

Saí do banheiro quando já não agüentava mais de dor. Assim que levantei da cadeira, vomitei de novo. Assim que saí, a médica me ajudando, eu disse que estava cansada. Ela dizia: “Eu sei. E já está acabando.”

Deitei novamente na cama e vamos ao toque: Quase 9cm dilatados!!! Meu Deus! Minha filha ia nascer!!! Rapidamente, ela já me encaminha pro Centro Cirúrgico e vou acompanhada da auxiliar durante um alívio da contração...

Depois disso foi tudo muito rápido.

Cheguei na sala, deitei na maca e fiquei na posição. As contrações estavam muito fortes e eu pedia a Deus pra tudo aquilo acabar e minha filha nascer. Não gritei, porque não queria ficar fazendo escândalo no hospital de madrugada, então, em todas as contrações, eu respirava fundo e me agüentava.

O anestesista chega e junto com a médica, me posicionam, sentada, curvada pra frente, com as pernas de “borboleta” pra aplicação da raque. No ínicio senti minhas pernas formigarem, e foi assim até o final. 
Conseguia mexe-las e continuei sentindo a dor das contrações. O anestesista me diz que a anestesia era apenas para eu não sentir a saída da neném. Mas as contrações ele não poderia tirar senão eu não faria força suficiente pra Duda nascer. Me conformei.

Veio uma contração muito forte. A médica então me ensina a respirar de forma a fazer força no momento da contração. Foi fácil! Fiz a respiração na outra contração e segurei os ferros da perneira (o anestesista MARAVILHOSO, que me passou uma segurança e uma calma imensa) me orientou a segurar esses ferros e fazer força. Nisso a Duda já estava quase saindo, já dava pra ver a cabeça!

Aí começou a correria. Chamaram o Silvio e ele entrou e ficou do meu lado. A médica me disse: “Jenifer, mais uma força igual a essa e ela nasce. Faz a respiração que eu ensinei e faz força. É a última, tá?”. Eu consenti e fiquei esperando a próxima contração. Olhei em volta, rodeada de profissionais e meu marido ao meu lado. Olhei o relógio. Eram 3:40h da manhã.

E então veio. Uma contração intensa e um alívio em seguida. Senti uma vontade imensa de fazer a força que a médica orientou (aquele momento que as mães dizem que a gente tira força não sei de onde pro bebê nascer) e, logo em seguida, senti como se estivesse escorregando uma bolsa de água de dentro... era minha princesa!!!
Duda, primeiramente e pra já fazer charme, dá uma resmungada e logo em seguida chora (ela nasceu com duas circulares no pescoço) mas, é um choro tão, tão gostoso que realmente, é o melhor som do mundo!

E a pediatra a levou para os primeiros cuidados. Enquanto isso, os médicos me davam parabéns e meu marido sorria muito. E me falava: “Parabéns, amor. Você conseguiu! Ela é linda!!!”

Duda nasceu às 03:43h da manhã, do dia 02 de Março de 2011, com 2.805Kg, 47cm, Apgar 9/10.

Após uns 3 min, trouxeram ela pra mim. Foi o melhor momento da minha vida. Ela tinha um cheiro maravilhoso e já de olhos abertos, ficou me olhando e quietinha. A pediatra desembrulhou meu “pacotinho” e me mostrou sua pulseirinha, suas mãos, pés e sua identificação de menina... risos. Eu chorei. Chorei muito, por uma felicidade que não cabia no peito. Disse à minha pequena: “Seja bem-vinda, meu amor. Que Deus te abençõe.” E me senti a mulher mais completa do mundo.

Ela foi para o berçário e meu marido saiu para ir pegar as nossas bolsas que ainda estavam no carro. 

Enquanto era suturada, fiquei ali, parada, sem conversar com ninguém, olhando pro relógio e ainda sem acreditar que tudo tinha acabado: as dores, a espera, a ansiedade e o melhor: minha filha veio com muita saúde e era linda!

Após terminar a sutura, fiquei em uma sala de recuperação tomando soro. O cansaço era tanto que acabei cochilando por quase 1h. Quando acordei, eram 5h da manhã e me pareceu que eu estava sonhando.

Fui para o quarto e o Silvio já estava lá. Tinha colocado o enfeite da porta organizado nosso armário. Lá estava eu, nem parecia que havia passado por um parto, levantando 3h depois, indo tomar banho, passando até sombra (risos) e esperando minha boneca, que chegou do berçário 4h depois, já de banho tomado!!!

Tivemos alta 48h depois e hoje estamos completando 16 dias. Minha filha completa 16 dias de vida, e eu, completo 16 dias de mãe. A melhor coisa da minha vida!!!

Agradeço a Deus, primeiramente, pelo meu maior presente; ao meu marido pelo apoio incondicional em todos os momentos e por ser um pai maravilhoso; à toda a equipe que estava de plantão no Hospital Assunção no dia 02/03; e a minha filha, que me deu toda a força necessária pra enfrentar tudo isso.

Maria Eduarda, minha Duda... eu te amo!!!

3 comentários:

  1. aiiii flor que relato lindooo... cheguei a chorar acredita???? não vejo a hora de isso tudo acontecer comigo tbm, peço que ore pelas mulheres que desejam muito ter um bebe... Bjus e parabéns pela garotinha, muito linda... continua relatando sua experiencia aqui pra nós viu, bjus

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  2. Jenifer, esse é o parto dos meus sonhos... Fico imaginando isso acontecer comigo... mas até agora, nada de dilatação, só o colo afinando... bom, mas isso não quer dizer que não possa acontecer de uma hora pra outra, então, continuo na esperança de ter um parto tão lindo quanto o seu. Que Deus te abençoe muito e abençoe muito a Duda tb. Bjsss

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  3. Ó que lindo! Adorei o relato que maravilha que foi...
    Um beijão querida

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